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"Por que sou levada a escrever?
Porque a escrita me salva da complacência que me amedronta.
Porque não tenho escolha.
Porque devo manter vivo o espírito de minha revolta e a mim mesma também.
Porque o mundo que crio na escrita compensa o que o mundo real não me dá.
No escrever coloco ordem no mundo, coloco nele uma alça para poder segurá-lo.
Escrevo porque a vida não aplaca meus apetites e minha fome.
Escrevo para registrar o que os outros apagam quando falo, para reescrever as histórias mal escritas sobre mim, sobre você.
Para me tornar mais íntima comigo mesma e consigo.
Para me descobrir, preservar-me, construir-me, alcançar autonomia.
Para desfazer os mitos de que sou uma profetisa louca ou uma pobre alma sofredora.
Para me convencer de que tenho valor e que o que tenho para dizer não é um monte de merda.
Para mostrar que eu posso e que eu escreverei, sem me importar com as advertências contrárias.
Escreverei sobre o não dito, sem me importar com o suspiro de ultraje do censor e da audiência.
Finalmente, escrevo porque tenho medo de escrever, mas tenho um medo maior de não escrever."
(Trecho de "Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo" de Gloria Anzaldúa)
Porque a escrita me salva da complacência que me amedronta.
Porque não tenho escolha.
Porque devo manter vivo o espírito de minha revolta e a mim mesma também.
Porque o mundo que crio na escrita compensa o que o mundo real não me dá.
No escrever coloco ordem no mundo, coloco nele uma alça para poder segurá-lo.
Escrevo porque a vida não aplaca meus apetites e minha fome.
Escrevo para registrar o que os outros apagam quando falo, para reescrever as histórias mal escritas sobre mim, sobre você.
Para me tornar mais íntima comigo mesma e consigo.
Para me descobrir, preservar-me, construir-me, alcançar autonomia.
Para desfazer os mitos de que sou uma profetisa louca ou uma pobre alma sofredora.
Para me convencer de que tenho valor e que o que tenho para dizer não é um monte de merda.
Para mostrar que eu posso e que eu escreverei, sem me importar com as advertências contrárias.
Escreverei sobre o não dito, sem me importar com o suspiro de ultraje do censor e da audiência.
Finalmente, escrevo porque tenho medo de escrever, mas tenho um medo maior de não escrever."
(Trecho de "Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo" de Gloria Anzaldúa)
Foto: Diedra Roiz
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Muito bem... Lindo...
ResponderExcluirRê
um pouco de um todo ,e um tudo perfeito maravilhoso.
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