Quem
nunca se arrependeu – uma única vez que seja – de não ter se posicionado, se
manifestado ou opinado sobre algo? De não ter dito ou feito exatamente o que
pensava, o que queria ou necessitava, só para não ficar de fora, ser aceita ou
aprovada?
Há muito,
muito tempo, estava eu tranquilamente sentada de maria-chiquinha na primeira
fila da sala de aula, em plena aula de matemática, prestando atenção na
correção do dever de casa.
“Tia”
Márcia virou do quadro e perguntou para o menino ao meu lado o resultado de um
dos problemas. Ele disse um número que não era, absolutamente, o que eu tinha
encontrado.
- Quem
achou o mesmo resultado? – a professorinha falou bem alto para a classe.
Olhei em
volta e todos – sem exceção – estavam com as mãos levantadas.
Então,
para meu desespero total, ela voltou a questionar:
- Alguém
achou outra solução?
Imaginem
a minha situação: oito aninhos, as pernas curtas penduradas porque sentada na
cadeira os pés não tocavam o chão. A turma inteira concordando, em massa, com a
mesma resposta.
Eu nem
era boa em matemática…
Só podia
estar errada, mas…
Por algum
estranho, incompreensível impulso – ergui timidamente a mão.
Foi assim
que tive a boa sorte de descobrir, logo no início da vida, que nem sempre a
maioria tem razão.
Obviamente,
nesses trinta anos que se passaram, houve vezes em que não ousei seguir na
contramão. Que preferi calar, me omitir, fingir que estava de acordo.
Às vezes
por medo, outras cansaço, e até mesmo por não acreditar mais em nada nem
ninguém. Incluindo em mim mesma.
Aqueles
momentos em que a gente para e pensa:
- Que
adianta? Não vou mudar nada mesmo… Me aborrecer para quê?
A verdade
é que…
Apesar de
ser muito, mas muito difícil mesmo conseguir dizer:
- Não
quero comprar batom!
Mais
difícil ainda é manter essa crença.
Principalmente
com o bombardeio afirmando o tempo todo que:
- Compre
batom! Compre batom!
É o certo,
o melhor, o único caminho que vale a pena.
Existe
algo pior do que direcionar a sua vida pelo o que outras pessoas pensam, ao
invés do que você quer realmente?
No
entanto, às vezes fazemos. Para agradar, para nos encaixar, para não ter que
carregar pendurada no pescoço a placa de:
- Eu sou
diferente.
Já repararam
que quando duas pessoas se encontram – seja amizade, trabalho, família ou num
relacionamento amoroso – a tendência é aquela com o maior nível de segurança e
certeza influenciar a outra?
E que deixar
de crescer, de se posicionar e de se realizar, nada mais é do que o caminho
mais rápido para dor, frustração, e sofrimento?
“Se você
deliberadamente decidir ser menos do que pode ser, então eu o advirto que você
será profundamente infeliz pelo resto de sua vida.” (Abraham Maslow)
Quem não
confia em si, não se ama. E como alguém que não ama nem a si mesma vai poder
amar um outro alguém? Mais ainda: se nem você se ama, como uma outra pessoa
(tirando pai e mãe porque nesse caso amor incondicional não tá valendo) vai
conseguir?
Cada
pessoa possui, em sua essência, um potencial maravilhoso, fantástico,
incandescente. Ninguém é desprovido dessa capacidade de brotar,
crescer e florescer. Cada uma tem um meio, e precisa buscar, encontrar e
aprender a fazer brilhar o seu.
Confiar
no próprio taco.
Acreditar
em si mesma
Auto
confiança.
Segurança.
Não estou falando dos novos devires detestáveis de "se achar", ter verdades absolutas e querer aparecer a qualquer custo.
Estou falando de ser.
De verdade interna.
Bem claro.
Mas claro que
não é fácil. Existem momentos de sofrimento, perdas, danos, doenças,
derrotas. Faz parte. A vida não pode ser sempre cor de rosa.
Aparentemente,
esses momentos nos enfraquecem, nos deixam inseguras e medrosas, certo?
Errado!
É
exatamente o contrário.
Para
superá-los precisamos nos tornar maiores do que eles. E independente de quantas
lágrimas vertemos, do quanto possamos nos sentir sozinhas, incapazes ou
derrotadas, por pior que seja, é só um momento passageiro.
"Há
momentos difíceis na vida. Grandes
ou pequenas, as dificuldades podem ser decisivas. Somente a firme determinação de
enfrentar as adversidades leva o indivíduo a vencê-las verdadeiramente. Nessas
horas cruciais, Jamais hesite o mínimo." (Daisaku Ikeda)
A derrota
não consiste em cair, e sim em desistir, não prosseguir, não se levantar.
Uma vez que a vitória consiste em se levantar, quantas vezes for necessário.
Uma vez que a vitória consiste em se levantar, quantas vezes for necessário.
A
diferença entre obstáculo e benefício está em quem olha.
É como
estar no mar e de repente vem aquela onda enorme. Não tem como fugir, pular nem
evitar, e durante aqueles derradeiros segundos, com o coração parecendo que vai
saltar do peito, a adrenalina acelerando tanto seu corpo que parece que o mundo
está em câmera lenta, você tem duas formas de pensar:
- Fudeu!
Não tem jeito! Vou levar um mega caixote e me afogar!
Ou:
- Puta
que o pariu! Vou furar essa merda e sair do outro lado.
O ponto
de vista, a postura, a forma de encarar é a única diferença entre surfar as
ondas da vida e morrer na praia.
postado originalmente em 23 de Julho de 2009 no site Parada Lésbica na extinta coluna Dizendo Ao Que Vim de Diedra Roiz.
Aviso sobre direitos autorais:
Copyright © 2009 por Diedra Roiz
Todos os direitos reservados. Você não pode copiar (seja na íntegra ou apenas trechos), distribuir, disponibilizar para download, criar obras derivadas, adaptações, fanfictions, nem fazer qualquer uso desta obra sem a devida permissão da autora.
Todos os direitos reservados. Você não pode copiar (seja na íntegra ou apenas trechos), distribuir, disponibilizar para download, criar obras derivadas, adaptações, fanfictions, nem fazer qualquer uso desta obra sem a devida permissão da autora.
(Palmas) É isso aí!!!
ResponderExcluir"Nunca duvide do seu poder de sobrevivência.
Se você duvida, cai." Leticia Thompson
Agora eu quero falar sobre o formato do seu texto. Será que você não está condicionada aos romances? Porque qdo. eu olho pro seu texto como um todo, me dá a sensação que estou lendo um dos seus romances, sei lá me senti meio perdida, ou será que não foram as frases que estavam soltas? Perdidas?
Não quero ser chata mas como você pede pra deixarmos nossos comentários e nem sempre é possível discutir com o autor sobre como ele escreve, estou me atrevendo aqui.
Bjo!
Na boa Chris... tu tá se achando uma critica literária né. Menos viu... bem menos...
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