Depois de descobrir seu número, ainda
é preciso escolher o que calçar?
E então, um belo dia, você se descobre lésbica.
Como, quando, onde, com quem?
Para esta coluna, isto não importa.
Esqueça!
Vamos pular todas as fases de descobrir, assumir,
voltar de Nárnia (para quem não sabe = sair do armário) e nos
ater apenas ao depois.
Depois?
Que depois?
Ora, minha gente…
Sempre existe um depois. Até mesmo no “E
foram felizes para sempre…”
Neste caso, aquele momento em que você é
questionada:
- Você é ativa ou passiva?
- Masculina ou feminina?
- Butch ou Femme?
Sua pausa é interpretada como dúvida. Tentam
simplificar para auxiliar a sua escolha:
- Vai usar Botina ou Sandalhinha?
Interiormente, você fica perplexa:
- Oi?
E timidamente você levanta o dedinho indicador e
pergunta:
- Será que… Eu posso… É… Posso usar as duas
coisas?
Surpresa. Espanto. Pavor.
Subitamente você se torna a psicopata do mais
assustador e horripilante dos filmes de horror.
- Está louca, sapa? Pirou? O brejo
é dividido, meu amor. Como os Montechio e Capuleto, sacou?
Você coloca as duas mãos na cabeça e em
desespero grita:
- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!
Mais uma vez o muro de Berlin da opressão de gênero se ergue na sua
frente…
Você mudou de lado apenas para descobrir que no fundo, não existe diferença.
Mais uma vez o muro de Berlin da opressão de gênero se ergue à sua frente…
E então...
Você passa a alternar entre All Star e
Havaianas, e toda vez que entra numa boate GLS vem alguém perguntar:
- Você é entendida?
Até que um dia, já sem aguentar,
dá a resposta merecida:
- Em muitas coisas, meu amor.
Versatilidade.
Palavra moderna…
Muito mais do que uma palavra, é um modo de
vida.
Não me levem à mal. Novamente, eu insisto:
nada contra quem quer escolher ou “Isto ou Aquilo”, mas… Neste caso específico,
sou obrigada a dizer:
- Sou versátil sim!
A Zebrinha do Fantástico (saudades dela) diria:
coluna… Do meio!
Se ao invés de xadrez, a vida fosse uma loteria…
Talvez por isso quando me perguntam:
- Qual o seu tipo de mulher?
Minha resposta é:
- Danço conforme a música.
Obviamente, o que eu prefiro é que a minha mulher
toque e me deixe tocar todas as músicas…
(Um parêntese aqui: finalmente consegui!!!)
É vantajoso, sabe?
Pensa: um dia, Vic… (de “O Livro Secreto das
Mentiras e Medos”: http://www.diedraroiz.com/p/o-livro-secreto-das-mentiras-medos.html)
Você se arruma toda, capricha na maquiagem,
coloca “aquele” sutiã e “a” calcinha (ou então sem calcinha) um vestido ou
sainha, sandália de salto.
No outro dia, Angela… (de “Simples como o Amor”: http://simplescomooamorr.blogspot.com.br/)
Sai do banho de cabelo molhado, ajeita com a mão
rapidinho, coloca boot, calça baixa larguinha, camiseta e… Cuequinha.
É, é muito bom mesmo.
Uhm… Delícia…
Óbvio que não é fácil. Nem é para o dia a dia.
Normalmente sou do tipo “aquela correria visto
qualquer coisa que estiver na minha frente”.
Enfim…
Nitiren Daishonin afirmou:
“Não passe esta vida em vão para depois se
arrepender por dez mil anos.”
A vida é curta.
Do mundo nada se leva.
E viemos ao mundo para sermos felizes.
Continuarei batendo na mesma tecla:
Gosto, prazer e desejo? Não se discute! Cada uma com o seu cada um!
E...
É proibido proibir!
postado originalmente em 17 de Setembro de 2009 no site Parada Lésbica na extinta coluna Dizendo Ao Que Vim de Diedra Roiz.
Aviso sobre direitos autorais:
Copyright © 2009 por Diedra Roiz
Todos os direitos reservados. Você não pode copiar (seja na íntegra ou apenas trechos), distribuir, disponibilizar para download, criar obras derivadas, adaptações, fanfictions, nem fazer qualquer uso desta obra sem a devida permissão da autora.
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